Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)

quarta-feira, agosto 24, 2005

coisa sem fim

descobri um rio no meio da noite. não, eu não andava pelo meio dos bosques. descobri um rio dentro de mim. estas são as coisas babadas que dizemos quando estamos sozinhos. dizemos isto e depois viramo-nos para o outro lado da cama, adormecemos. se alguém nos ouve, um vizinho com insónias, pensa, oh, mais um desgosto de amor. mas qual desgosto, é só um rio no meio da noite.

descobri um rio no meio da noite, era isso que eu tinha para dizer, não era? onde corria? o seu a seu tempo. era de noite, algum barulho, a casa vazia. tantas coisas entretanto já ditas, sempre a mesma coisa. a repetir-me, a repetir-me, eu? o barulho e vizinhos nenhuns. um rio, um rio debaixo da casa e era de noite. o meio da noite. o rio dividiu-a. de um lado eu, do outro lado eu. era isso, era assim.

(é de noite e não me apetece escrever mais. so good night)

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