Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)

quinta-feira, abril 07, 2005

princípio da história que nunca acaba

sou grande, apercebo-me disso pelo tamanho do meu casaco pendurado com o teu no mesmo cabide. sinto os pés pesados pelo soalho da casa que acorda. estou despenteado, a barba salta da minha cara, tenho os olhos inchados. na minha cama, sim, na minha cama tu brilhas, num sono sossegado. é de manhã.

vou devagar até à cozinha, devagar com os meus pés pesados. olho a rua pela janela e abro um armário onde tenho tostas e doce. faço chá, um chá vagaroso e fumarento. olho de novo a janela, apesar de ter a cabeça na noite passada, nas tuas mãos sobre o meu peito, nos teus lábios que não me largaram até eu adormecer. na minha cama, tu brilhas.

deixo as coisas sobre a mesa da cozinha. os meus pés pesados pelo soalho da casa, até ao quarto onde tu estás. abres os olhos, um de cada vez, cheia de sono. abres a boca e eu sorrio. sento-me na beira da cama e deslizo as minhas mãos pelas tuas pernas, pelo teu tronco, até ao teu cabelo. não preciso de dizer nada, tu percebes tudo.

2 comentários:

Anónimo disse...

É sempre um prazer ler o que vais postanto....
Um abraço.

Luis F. Cristóvão disse...

ah sim, a poesia... também já entrei neste mundo, deixei de ser anónimo.

Um abraço, pá!