Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)

terça-feira, setembro 30, 2003

brazeiro

sorrio no escuro do meu quarto. Escorrendo-me o suor pela face, é em ti que penso, mais uma vez. Deixo-me facilmente envolver pelos recursos da tua voz, pelos teus argumentos cheios de um amor que reconheço na palma das minhas mãos...
sabes?
nunca te disse isto. era eu pequeno, alguém me leu a sina. disse-me que acabaria por encontrar na minha vida alguém cujos nomes próprios teriam como iniciais * e * . nunca levei isso muito a sério, apesar de ser claro o desenho do * na minha mão esquerda e o desenho do * na minha mão direita. todas as ** que eu conhecia eram pessoas sem interesse, pessoas que,tinha eu a certeza, nunca na vida poderiam ser o meu fim.
reviro-me mais uma vez na cama. é impossível para mim conter uma forte erecção sempre que penso em ti, sempre que falo contigo. às vezes apetece-me falar-te de um poema, de uma impressão, de uma nuvem. mas é impossível conter o desejo que sinto por ti, impossível ignorar o desejo de te ser. tento disfarçar. mas não aguento. desejo-me ser parte de ti.
agora que apareces, * *, volto a recordar o momento em que era pequeno e me disseram que chegarias. não sei se servirá de alguma coisa, forçar-me a reviver esta incoerência de procurar uma validade cósmica para os meus sentimentos. olho para trás, como que a tentar perceber onde tudo isto começou, e encontro * * no início da linha, uma * * que ficou lá atrás mas que serve ainda, sempre, de marca de um eu que está aqui, em construcção, para ti.
masturbo-me em frente á tua imagem feita nos meus sonhos. não sei porquê. é sempre assim.

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